9 de junho de 2011

A Mídia e o Sucessor


Por duas vezes, um homem de língua presa era visado para ser candidato à presidência da república. Por duas vezes, este homem deu uma leve escorregada no tomate e foi empurrado brutalmente pelos oposicionistas e pela imprensa para cair mais rapidamente.

Este homem a que me refiro chama-se Antônio Palocci. Não menos que um gênio da economia, capaz de multiplicar bens espantosamente, seja lícita, ou ilicitamente – quem saberá ou provará? Este homem, carismático e empreendedor fora ministro da Fazenda outrora e primeiro ministro chefe da Casa Civil até terça-feira passada, nunca perdera uma eleição e ganhara minha simpatia durante os anos. E até mesmo, minha confiança.

Formado em medicina, Palocci ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores, foi vereador, deputado federal e prefeito de Ribeirão preto (único cargo que completou o mandato). Em 2002 foi o coordenador da campanha presidencial de Lula, e um dos responsáveis pela vitória deste. Acabou preenchendo o cargo de ministro da Fazenda. No comando da economia do país, Palocci se mostrou genial, ao aliar excepcionalmente a política social do governo Lula, com a boa vida dos banqueiros e classe média alta deste país. Elevou o Brasil de um país de terceiro mundo, para uma promessa de uma futura potência econômica. Foi amado pelo mercado financeiro, e era nome certo para suceder Lula na presidência da república. Isso alarmou a imprensa branca e os oposicionistas que divulgaram supostos escândalos de corrupção – nunca provados ou levados adiante – e derrubaram o ministro – como tantos outros membros -, deixando um rasgo no partido e deixando espaço para outro mestre da economia, Guido Mantega para ocupar a chefia da Fazenda.

Fora do cenário principal da república, Palocci fora eleito deputado federal por São Paulo em 2006 e cotado para ser govenador nas eleições de 2010. Mas acabou por preencher cargo mais importante. Novamente, a história se repetia, sendo um dos principais arquitetos da campanha presidencial de Dilma Rousseff e ganhando o maior cargo de sua vida, o de Primeiro Ministro do Brasil.

Pouco tempo duraria o sonho do PT em ter um nome forte a altura de ser eleito sucessor da presidente em 2014. Com menos de cinco meses, a imprensa macabra arruína a imagem do ministro com uma denúncia ridícula de triplicação de patrimônio em cinco anos. Nada mais normal para um gênio da economia. Mas veio a oposição macabra, pressionar o homem da língua presa. Com tantas cobras venenosas, fizeram a cabeça do povo e pressionaram-no até não aguentar mais. E nesta última terça, ele saiu de cena, antes que pudesse fragilizar mais o governo da presidente Dilma. Entra no lugar dele Gleisi Hoffmann, no cargo maldito, ocupado já por Zé Dirceu e Erenice Guerra.

Minha opinião? Acredito no Palocci. Acredito que é muito mais um golpe da oposição e do PIG (Partido da Imprensa Golpista, aquela mídia manipuladora que todos temos conhecimento, ora foi ela mesma que inventou todas essas acusações) para desmoralizar uma figura com potencial político enorme e tentar afundar o governo petista e o próprio partido. E tenho minha teoria da conspiração que tem gente do próprio partido nesse trololó. Por onde anda o ex-ministro chefe da Casa Civil José Dirceu?  Quem mais afetado pelo esquecimento e inveja teria acesso às informações sobre o patrimônio do antigo amigo que agora ocupa seu lugar? Pode ser fantasia minha, mas esse buraco pode sim ser mais embaixo.

O que nos resta agora é torcer pelo bom trabalho da nova primeira Ministra do Brasil e aguardar a próxima vez que a mídiavai ajudar a cavar a cova do governo que nós elegemos.

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