29 de dezembro de 2011

The Very Best Of 2011

Dois mil e onze foi o ano em que os deuses ficaram loucos. Nunca antes tanta coisa estranha aconteceu em doze meses. Foi também o ano que esta Enciclopédia Dylanesca nasceu. Desde janeiro mais de 1200 pessoas já acessaram e agradeço de coração a todos que aqui vieram. Para esse último post do ano, resolvi listar o que de melhor aconteceu no critério cultural em 2011. É uma lista pessoal que provavelmente vá de contra mão às grandes listas que existam por aí como da Rolling Stone, da Billboard, ou do Rubens Eward Filho. Por exemplo na minha lista musical não vai aparecer Adele, que apareceu em todas as listas. Fica em questão o Melhor Filme Internacional. Acredito demais que The Artist deva ser o melhor filme de 2011, mas como só estréia dia 20 de janeiro no Brasil, vamos ficar no aguardo. Tenham todos um feliz 2012. A Enciclopédia Dylanesca volta na segunda quinzena de janeiro.

Melhor álbum internacional
Hugh Laurie – Let Talk Them


Melhor música internacional
Radiohead – The Daily Mail


Melhor álbum nacional
Les Pops – Quero Ser Cool


Melhor música nacional
Chico Buarque – Tipo um Baião


Melhor show internacional
Faith no More – SWU


Melhor show nacional
Zéu Britto – Virada Cultural


Melhor filme internacional
Midnight in Paris


Melhor filme nacional
Quebrando o Tabu


Melhor peça teatral
Cachorro Morto – CIA Hiato


Melhor exposição
Mundo Mágico de Escher – CCBB


Melhor programa TV aberta
Pré-Estréia - TV Cultura


Melhor programa TV fechada
Sensacionalista - Multishow

5 de dezembro de 2011

Os deuses (do jornalismo) devem estar loucos


Qual o limite da informalidade na informação? O telejornalismo brasileiro está cada dia ficando mais estranho. Os durinhos das bancadas estão se soltando por algum motivo. A televisão percebeu o quanto perde para a internet e os novos meios de comunicação – bem mais confiáveis que a própria televisão – e decidiu partir para a esculhambação. Hoje, um telejornal ou um programa de notícias pode ser bem mais engraçado de se ver do que um programa de humor.

O Padrão Globo de manipulação qualidade está um pouco diferente hoje em dia. A tática do denuncismo contra o governo petista continua e prevalecerá por toda eternidade Boni/Marinho/Kamel. Mas a maneira de mostrar tanta denúncia está mais descontraída. Os jornalistas estão agindo de uma maneira tão política conversando com o telespectador, dizendo que é um prazer estar diariamente em sua casa, mostrando seus troféus recebidos com “esforço, trabalho unido e bla bla blá”, falando até de ter suas próprias experiências pessoais e profissionais.

A informalidade tem sim seu bom aspecto. Maria Cristina Poli apresenta o melhor jornal da TV aberta, o Jornal da Cultura. Ela não pede perdão quando tosse. Ela troca os papéis ou gagueja mas não cai no pudor de estar front o Brasil nem às piegas de pedir desculpas. Mas não é por causa disso que o jornal é o mais respeitável dos canais abertos. É por apresentar a notícia com imparcialidade. Tamanha imparcialidade que a cada dia tem dois comentaristas com pontos de vistas extremamente diferentes debatendo a mesma notícia. Diferente do Jornal Nacional que mostra a notícia privilegiando um lado e nem sequer dando direito a réplica ou tréplica. É perceptível a expressão do Bonner de invejar o apresentador do Jornal do SBT Carlos Nascimento que pode mostrar sua opinião pessoal no ar.

A descontração adotada pela Globo está errada. Parte para um senso ridículo. Há alguns meses ri demais assistindo a despedida de Chico Pinheiro e Mariana Godoy da bancada do SPTV. Metade do telejornal dedicado a mostrar a carreira de cada um. Jornais do SBT ou da Gazeta trocam de âncoras (o que acho favorável na maioria dos casos) quase semanalmente. Mas a Globo quis mostrar o quanto seu jornalismo é “amigo” das pessoas.

Pensei que fosse só no noticiário regional, mas logo estava no matinal nacional Bom Dia Brasil despedindo-se de Renato Machado e hoje chegou ao carro chefe Jornal Nacional com a despedida da Fátima Bernardes e boas vindas à Patrícia Poeta. Mais de quinze minutos de rasgação de seda para todo o Brasil tentar chorar. Foi um belo espetáculo que me fez assistir o Jornal, coisa que não fazia há muito tempo e rir. Amanhã volto à programação normal já que a palhaçada terminou.

O telejornalismo brasileiro já não chega estar aleijado há muito tempo, está cada vez mais caduco. É nessas que se prioriza investir mais nas novas mídias e buscar novas fontes com conteúdo confiável. Afinal, ver notícia na TV está cada vez mais deselegante.