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Imagem: TV Gazeta |
Quem vê este simpático senhor apresentando toda noite na Gazeta seu programa grã-fino com um sorrisão aberto, chamando os convidados de bonitinho e bonitinha, não imagina a qualidade sonora que, quando mais jovem ele extraía.
Já ouviu a música de fundo da Praça é Nossa? Já ouviu tua mãe cantar em algum momento algo como “a rosa vermelha, é do bem querer...”? Já ouviu alguma música dos Beatles, como Girl, ou It’s Only Love cantada em português? Então você provavelmente já ouviu algo de Ronnie Von.
Ronnie surgiu na mídia como cantor através da Jovem Guarda. Com seu cabelo penteado e olhos azuis, logo foi tachado de príncipe (até mesmo porque a Jovem Guarda já tinha um rei: Roberto Carlos), ganhou programa na TV e fãs que o idolatravam. Percebemos nas letras, as metáforas que ele faz de mulheres com flor, como ele ama brinquedos, super heróis e crianças.
Mas Ronnie Von estava acima da Jovem Guarda. Acima de seu tempo. Veja por exemplo nas fotos que seguem, como ele, em 1967 já usava pum cabelo que viria a ser modinha nos anos 2000:
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Imagens: Last FM |
Influenciado pelos Beatles em todas as fases, Ronnie gostava tanto do popular quanto do experimental. Um dos motivos de levar Os Mutantes, ainda um embrião do que seria a melhor banda brasileira, para seu programa televisivo. Por esse gosto tanto do pop quanto do psicodélico, Ronnie Von evoluiu em sua música. Uma carreira irregulçar, indefinida, mas fantástica.
Percebemos nas letras, as metáforas que ele faz de mulheres com flor, como ele ama brinquedos, super heróis e crianças.
Em 1969, transgredindo os demais “Jovens de Guarda”, gravou teu LP Ronnie Von e entrou profundamente no Tropicalismo. Com arranjos do maestro Duprat e acompanhamentos dos Mutantes este é meu álbum predileto que ouvi até agora da obra de Ronnie. Lembra Caetano Veloso e Os Mutantes, álbuns do mesmo ano, com arranjos do mesmo mestre.
Depois desta obra tropicalista, Ronnie gravou três dos discos mais psicodélicos da música brasileira: A Misteriosa Luta do Reino de Parassempre Contra o Império de Nunca Mais, de 1969, A Máquina Voadora, de 1970 e Ronnie Von, de 1972.
Ainda não degustei toda a obra do simpático senhor, mas o que eu tenho já virou minha viciante trilha sonora nas longas viagens de lotação que faço diariamente.
Sei que depois desta fase Sgt. Peppers brasileiro, Ronnie Von se dedicou a família e a seus trabalhos na TV. Seu último álbum é de 1996, ao qual eu não ouvi. Como não sei como anda atualmente musicalmente, não sei se quero ou não que ele grave outro disco. Mas por enquanto aproveito as noits na Gazeta, com o Sr. Sorriso Ronnie Von apresentando marcas de colchões e novas e boas coisas do cenário musical brasileiro.
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