Busto de Tiradentes na entrada da Cidade Tiradentes |
LIBERTAS QUAE SERA TAMEN. Essa frase sempre foi uma das minhas prediletas do latim, junto com NON DVCOR, DVCO. As duas são inspirações políticas que se presenciaram muito na minha infância e que acabaram me influenciando na vida. A segunda, lema da cidade de São Paulo, “Não sou conduzido, conduzo” tem um som legal e é mais bonita que a primeira de fato, mas “Liberdade ainda que tardia” tem um contexto histórico mais presente na história brasileira.
Joaquim José da Silva Xavier não queria ser dono do mundo, como canta Stanilaw da Ponte Preta no Samba do Crioulo Doido. Queria apenas derrubar a monarquia baseado no lema LIBERTÉ, EGALITÉ FRATERNITÉ dos franceses. Nada além do imaginável para um dentista de classe média. Mas Joca acabou virando Tiradentes, consequentemente o maior herói da história do Brasil. Nível de exagero e apelação ao ufanismo usado pelo império a partir do martírio do dentista revolucionário podemos descontar, vamos usar Tiradentes apenas como um homem, com participação de enorme importância na história brasileira, como foi Zumbi dos Palmares, Antonio Calabar ou Carlos Marighela. Mas esse homem foi porque não, o maior de todos esses revolucionários. E se quisermos tratá-lo como herói, por que não o meu herói predileto?
Devido a Joaquim José da Silva Xavier, moro em um bairro chamado Cidade Tiradentes. É longe, problemático, quase uma lenda inexistente da cidade de São Paulo. Seus mais de 280 mil habitantes sofrem com, entre outros problemas, a deficiência de transporte público, falta de geração de empregos e entretenimento. Mas se diverte quando chega o dia 21 de abril. Dia da inconfidência Mineira. Dia em que em lá no ano de 1792 enforcaram o dentista revolucionário na praça de Vila Rica. No mesmo dia em que se comemora o dia do metalúrgico. E para aproveitar a mesma data tem o desfile de Tiradentes na avenida principal da Cidade Tiradentes, a Avenida dos Metalúrgicos.
Eu gosto do Joaquim José, do movimento inconfidente mineiro. E gosto mais ainda do meu bairro. Como dizia nossa própria frase que não está em latim, mas em português claro, “não mude da Cidade Tiradentes, ajude a mudá-la”. É por isso, que nessa semana santa, eu comemorarei com ênfase a data da morte e não ressurreição do nosso verdadeiro salvador: Tiradentes. E também quero mandar um abraço pra queridíssima doutora Maria Helena Minassi, que mesmo não sendo revolucionária, é uma ótima dentista e trata dos meus dentes desde que me conheço por gente. Recomendo a todos que moram em São Mateus (bairro próximo à Cidade Tiradentes) o seu consultório na Mateo Bei.
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