14 de julho de 2011

Hogwarts: Última Chamada


Cada geração tem seu herói. A cada década alguém se destaca no mundo por suas ações e marca eternamente aquela época vivida. Há 50 anos, a força jovem é a que tem papel mais importante quando se trata de representatividade, seja como foi James Dean nos anos 50 ou Michael Jackson. Nossos heróis não são mais heróis de guerra como fora outrora Churchill ou Roosevelt. São em geral heróis da arte, daquilo que nos faz quem somos, seja os Beatles na música ou Pelé no futebol. Mas a representatividade maior da década de 2000 a qual vi minha infância e adolescência correrem está subjugada a um personagem de outro mundo, confinado às páginas e às telas. Harry Potter é o maior marco de minha geração.

Não aceito quem recusa Harry Potter com a acusação de ser uma literatura medíocre. Sim, a pessoa tem toda razão, mas o objetivo de JK Rowling é claro: não visar um Nobel de literatura, mas sim entreter. E pra entretenimento, é fantástico. Sua leitura fácil faz com que sete livros nunca fiquem maçante, mas sim emocionante a cada capítulo.

O que falar dos filmes então. Dez anos, sete filmes, mais de dez bilhões de dólares acumulados. A fantasia imaginada nos livros é retratada fidedignamente pelos quatro diretores que souberam bem administrar o bruxinho das varinhas de ouro da Warner.

Talvez o maior legado de Harry Potter seja o novo formato de entretenimento na literatura e no cinema que foi estabelecido por ele. Potter nasceu às sombras da trilogia Senhor dos Anéis e se despede com uma remessa incalculável de séries que animam crianças, adolescentes e adultos. Mas como diria algum crítico indecente, Crepúsculo ou Percy Jackson não é Dostoievski. Obviamente que não. A melhor dica para este crítico é que ele precisa soltar mais a imaginação e ser mais feliz com pouco.

Daqui a menos de uma hora a minha geração finalmente termina. Assim como Altamont representou para os anos 60 ou a morte de Cazuza para os anos 80. Meia noite estreia nos cinemas para todo o planeta Harry Potter e as Relíquias da Morte parte 2. Espero ver o filme lá pelas últimas semanas de exibição, a tempo que eu termine de ler o livro. Mas espero mais ainda saber quem será o herói da década de 2010.

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