3 de julho de 2011

O adeus do topete mineiro


Dossiê Brasília, O Segredo dos Presidentes” de Geneton Moraes Neto. Nesta obra, conheci um pouco sobre 4 dos nossos 5 últimos ex-presidentes contadas por eles mesmos. Um pouco da vida pessoal, da trajetória política e principalmente dos bastidores da Alvorada nos seus mais memoráveis dias de seus mandatos. Numa obra como essa, todos são simpáticos, usam os fatos em seu favor, tentam nos fazer mudar de opinião para se safarem como vítimas da oposição. Difícil confiar em suas palavras, mas pelo menos dá até para acreditar. Só que entre dois Fernandos e um José, me dei com uma figura chamada Itamar, que dentre eles, foi o que mais me tomou de simpatia e até confiei em sua pessoa. Talvez, porque dos quatro, era o que menos conhecia, ou talvez porque era o mais sensato no que dizia.

Mineiro, dono do topete mais famoso da República, Itamar Franco me pareceu um homem extremamente sereno, gente fina e simples. O vice de Collor não tinha nada a ver com a astúcia do criminoso alagoano. Foi a simplicidade que mais me cativou e, acredito também, que a toda população brasileira.

Dificilmente um presidente fora prefeito outrora. No caso de Itamar, ele ocupou a prefeitura de Juiz de Fora por dois mandatos seguidos. Depois virou senador, em breve vice-presidente da República, cargo que ocupou com autonomia, muitas vezes indo na contra mão da política suicida de Collor de Melo. Acabou sendo presidente. E solucionou o grande problema da época que era a inflação com o plano real, que o então ministro da fazenda futuro presidente Fernando Henrique Cardoso patenteou para si e usou como campanha eleitoral. Ainda depois da presidência se tornou governador por Minas Gerais e em seguida, novamente senador.

Uma carreira política invejável. Em 44 anos de vida pública passou por todos os cargos executivos e pelo mais importante legislativo do país sem nunca ter se envolvido em um escândalo político.

Transparência, ética e serenidade pareciam regras desse cidadão mineiro fidelíssimo à sua Santa Terezinha, cheio de superstições que deixa um vazio no senado federal e na história política nacional. É mais um gigante que morre num país de anões.

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